quarta-feira, 22 de abril de 2009

Justiça erra, volta atrás e manda soltar bancário
O funcionário do Bradesco da cidade de Gurupi Alex Silvestre da Silva Cunha foi solto na sexta-feira (30) após a Justiça de Minaçu confirmar, segundo provou o advogado João Fraga, que se tratava de um erro grave do Poder Judiciário local que culminou com a prisão da pessoa errada, relativo a um processo que apura o delito de falsificação de cheques e outros crimes. O verdadeiro acusado seria Alex Marques Alves de Morais e estaria foragido.  O bancário Alex Silvestre ficou preso em Minaçu por oito dias. Ele foi detido na cidade de Gurupi, no Estado do Tocantins, no último dia 22. Alex é funcionário do Bradesco e atualmente ocupa a função de gerente de pessoa jurídica naquela cidade.  "O Ministério Público (através do promotor Juan Borges de Abreu) não teve a necessária cautela quando fez a investigação. Trata-se de um erro primário que não deveria ser cometido por um promotor, que já está na comarca há mais de três anos. Houve erro também da juíza Dayana Moreira Guimarães ao decretar a prisão", disse o advogado João Fraga à reportagem do Diário do Norte. Alex Silvestre conversou com a reportagem do DN e demonstrava um misto de alegria com tristeza por tudo que sofreu nos últimos dias. Segundo ele, o que foi determinante para que a Justiça aceitasse a tese de que ele seria inocente, cujo azar foi ter o mesmo nome do verdadeiro acusado, foi o fato de no dia em que dois dos acusados estavam em Goiânia para tramar parte das suas ações, ele estava trabalhando em Minaçu. Alex também diz que não conhece nenhuma cidade do Pará, onde o outro Alex esteve para realizar um Registro Tardio de Nascimento de Antônio Filho Barbosa da Silva.  Antônio Filho Barbosa seria o cúmplice de Alex Marques. Com documentos falsos, Antônio mudou de nome e passou a se chamar Antony Barbosa. A partir daí, segundo denunciou o Ministério Público, e também com a participação de Mauro Sérgio Barbosa de Sousa, os acusados abriram conta bancária e passaram a dar golpes em Minaçu. Um cheque da prefeitura foi falsificado, de acordo com o MP.  Antônio Filho ou Antony acabou sendo preso. Ele ficou detido em Minaçu por quase dois anos, segundo informações do advogado João Fraga. O MP então teria sugerido ao acusado que ele entregasse os seus comparsas para ter direito à liberdade e à delação premiada.  O acusado teria dito que um dos seus comparsas se chamava "Alex", conforme conta Fraga. Mas ele não teria informado o sobrenome. Com uma foto de Alex Silvestre, sempre de acordo com o advogado, Antônio disse que se tratava do seu comparsa. O erro do Judiciário teria iniciado exatamente nesse momento. "Como o Antônio queria sair da cadeia, ele confirmaria qualquer informação que lhe fosse apresentada. E foi o que aconteceu. Ele viu a foto mostrada pelo promotor e logo confirmou se tratar do seu comparsa", relatou Fraga.  Hoje Antônio estaria foragido da Justiça. Antônio também informou que os ex-vereadores Lindomar Carvalho e Edvaldo Pereira (Chero) participavam do esquema. Segundo documento do MP, essa informação ainda estaria sob investigação.  Finalmene, segundo Fraga, o Judiciário está à procura de Alex, que teria dado dois cheques (ambos sem fundo) em Goiânia, para que uma advogada apresentasse uma ação de habeas corpus para soltura de Antônio.  João Fraga informa que o próximo passo será ingressar com uma ação de indenização contra o Estado de Goiás, uma vez que o promotor e a juíza não podem ser acionados.   Alex Silvestre aproveitou para agradecer ao que ele considerou como excelente o trabalho do advogado João Fraga, que conseguiu provar a sua inocência no decorrer do processo.  João Carvalho - JOrnal Diário do Norte 23/04/2009