sexta-feira, 10 de abril de 2009

Homem quase morre espancado após acusação injusta

Diário do Pará

Sexta Feeira, 03/10/2008, 16:22h

O técnico em refrigeração Randel Vaz Abreu, de 31 anos, escapou por pouco de ser morto em um brutal espancamento do qual foi vítima no município de Marituba. Randel afirma que estava fazendo necessidades quando foi abordado por um desconhecido que o acusou de ter abusado sexualmente de uma criança de dois anos de idade. O que se seguiu foi uma ato de selvageria protagonizado por populares que tentaram matar Randel a pancadas. Ele foi salvo por intervenção da polícia e nada ficou comprovado contra a vítima.

As marcas deixadas pelos golpes sofridos doíam menos que a vergonha da acusação infundada, lamentava o técnico. Morador a mais de 14 anos da rua Beira-mar, do bairro da Nova União, ele se sentia revoltado, assim como toda a sua família pelo que aconteceu.

Randel contou que na tarde de ontem ele foi com seu pai realizar um serviço no bairro do Umarizal, em Belém. Ao retornarem, o veículo em que estavam apresentou problemas e ele decidiu fazer o resto do percurso para casa a pé.

No trajeto ele relata que entrou em uma área de mata para fazer necessidades. “Fui para defecar. Tenho dificuldade para usar banheiro. É costume de interior”, justificou. Mas quando estava no local, uma mulher o viu e o acusou de estar se masturbando e observando dois meninos que brincavam às proximidades.

O delegado Álvaro Silva, da Delegacia de Decouville, confirmou a história e acusação feita. “A jovem o acusou e começou a gritar, sem necessidade, pois nada havia acontecido. Mas aí começaram a aparecer populares e passaram a espancar o rapaz”.

A partir desse momento o ato de pura barbárie quase acaba em tragédia. Randel foi também acusado por um desconhecido de ter estuprado uma criança de dois anos e a sessão de espancamentos começou.

LUTA - De porte físico avantajado, Randel chegou a lutar com alguns agressores, mas dada a grande quantidade de pessoas que o espancavam ele saiu correndo para escapar da população. “Levei uma pedrada na cabeça e fiquei zonzo. Levantei-me e corri, mas aí me acertaram novamente”, recorda.

Na fuga ele acabou subindo em um palanque que estava armado às proximidades da BR-316, onde seria realizado um comício, mas foi alcançado. “Só umas quatro pessoas saíram em minha defesa”, lembra.

O técnico conseguiu chegar à casa de um conhecido e entrou para pedir ajuda. Os populares que o perseguiam tentaram invadir a casa, mas foram contidos pelo proprietário. “Não fugi do local, pois não tinha razão nenhuma para fugir, como eu disse depois ao delegado.”

A população furiosa só se acalmou com a chegada da polícia ao local. Randel foi retirado do local e levado para o Hospital Metropolitano, onde foram feitos os curativos na vítima. Ele sofreu lesões na parte de trás da cabeça onde levou vários pontos, escoriações no peito, rosto e braços.

O delegado Álvaro Silva informou que Randel passou de acusado, injustamente à vítima. “Orientei o rapaz para que ele fizesse um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), para punir as pessoas que fizeram isso com ele”. (Márcio Souza Cruz / Diário do Pará)

Comentários

Sábado, 04/10/2008, por Dario Mercês

A população já anda apavorada de medo com a violência, e diante da inoperância do Estado ocorre justamente isso, o "julgamento prévio", o direito de punir da sociedade.

Sábado, 04/10/2008, por diornes

ser acusado injustamente é mais que vergonhoso e doloso! o que a policia tem que fazer agora,é prender essa mulher que provocou essa tortura num trbalhador.e talves ela seja cumplice de algum marginal

 

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